Alameda dos Cajueiros está sem água há três meses
Moradores do conjunto habitacional Alameda dos Cajueiros estão indignados com a situação da falta de água no bairro. De acordo com o presidente do Conselho Comunitário do bairro, João Maria de Carvalho, há 90 dias não chega água nas residências. Ao todo são 48 casas e uma média de 240 pessoas que estão sofrendo com a escassez de água.
A dona-de-casa Mônica Rosa contou que desde o final de agosto não chega mais água nas casas. Segundo ela, os moradores pagam as contas com regularidade. "Bernardino, chefe de operações da Caern, esteve lá no bairro e nós reclamamos o problema, ela falou em tom de deboche: 'Eu nem sabia que existia esse conjunto'", revelou a moradora. Outro morador do bairro, o soldador Antônio Marcelo de Freitas, disse que ao reclamar do problema a Bernardino, ele foi novamente debochado: "Está faltando água porque está sem chuva, quando chover a água volta", denunciou o morador.
Mônica disse que apenas em uma das 48 casas do bairro chega água, mas a quantidade não é suficiente para solucionar os transtornos. "Quando chega água é só durante 20 minutos e fica uma fila de baldes, todo mundo querendo um pouco de água. Alguns vizinhos estão indo lavar roupa no rio Mossoró", explicou Mônica.
Antônio disse ainda que os moradores estão sobrevivendo com a água que pegam na casa de parentes. "Todos os moradores já tiraram as caixas de cima da casa e as colocaram no chão para tentar aparar água. Quem tem parentes em outros bairros vai buscar água, quem não tem se vira, só não vai abandonar a casa", disse.
Os moradores contaram ainda que foram à Caern para falar sobre o problema com o diretor José Ronaldo, mas ele virou as costas. "Isso é uma falta de respeito e de consideração. Ele não disse nem qual era o problema e nem se ia resolver, não quis nem nos atender, disse que estava com pressa para uma reunião e virou as costas", contou João Maria.
José Ronaldo foi procurado para esclarecer o problema, mas não foi encontrado. O chefe de operações, Francisco Bernardino, no entanto falou que a Caern está ciente do problema. "Nós estamos trabalhando para resolver a situação, estamos tentando encontrar uma solução rápida, mas já temos conhecimento desse problema", informou Bernardino. Ele disse que o procedimento para normalizar o abastecimento não é rápido, pois, segundo ele, o consumo na época do verão aumenta muito e a estiagem é a responsável pela falta de água. "O consumo aumenta 60%, por isso nos locais mais altos a água não chega. Nós temos que tentar isolar os locais baixos para poder chegar nos altos, mas não é algo que se faça da noite para o dia. Eu não vou dizer que vai ser normalizado amanhã, mas nós estamos trabalhando para resolver", afirmou Bernardino.
Falta de água afeta cerca de 900 moradores do Jucuri
O problema da falta d'água afeta os mossoroenses de um modo geral. Na comunidade do Jucuri, zona rural do município, cerca de 900 pessoas passam pelas mesmas dificuldades de outros bairros do município.
Segundo o presidente do Conselho Comunitário do Jucuri, Raimundo Lucas, conhecido como "Galego do Jucuri", na semana passada o poço de Pedra Branca, que abastece a comunidade, quebrou e desde então as pessoas vêm passando por esta difícil situação. "Há mais de dez dias que estamos sem abastecimento de água e até agora ninguém fez nada", reclama.
Diante disso, a população que tem melhores condições financeiras, compra água mineral para beber e para fazer comida, cidadãos estes que correspondem a 20% das famílias locais, diz Galego. Já as pessoas que não podem se dar a esse "luxo", são obrigadas a caminhar quilômetros para pegar esse produto de necessidade básica em comunidades vizinhas.
"Galego do Jucuri" informa que na última segunda-feira, 8, esteve com o gerente executivo da Agricultura, Abastecimento e Recursos Hídricos, Gilberto Jales, para debater sobre o problema que a comunidade vem enfrentando. No encontro, segundo afirmou Galego, o gerente garantiu que ainda ontem a situação estaria solucionada. O que na prática não aconteceu.
"Não podemos ficar sem o abastecimento d'água. Até agora estamos conseguindo contornar a situação, mas se continuar assim iremos morrer de sede. Há mais de uma semana, as famílias do Jucuri estão sofrendo com este problema. Precisamos que seja tomada uma medida urgente para solucionar a questão", diz.
A equipe do jornal O Mossoroense tentou entrar em contato com o gerente executivo da Agricultura, Gilberto Jales, a fim de saber as providências que estão sendo tomadas a cerca do problema da comunidade. Mas o gerente não estava em seu gabinete e não atendeu as chamadas do celular.
Fonte: www.omossoroense.com.br
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