sábado, 8 de agosto de 2009

Bairro Nova Vida: terra sem lei


O bairro nova vida, Dom Jaime camara, vulgo malvinas, está devolta as páginas dos jornais, desta vez em tom de desabafo e preocupação do amigo Magnos Alvez, como segue abaixo matéria veiculada no jornal de fato, jornal de referencia na cidade de Mossoró. Parabenizamos pela matéria, pela preocupação e convidamos outros meios de imprensa a fazer o mesmo e divulgar estas informações, pois a população está paralizada diante de tudo isto de modo que muitas vezes não comunica fatos desta natureza não denuncia, nem mesmo a policia, pois tudo está desacreditado. È meu amigo...
É terra sem lei mesmo.

Segue matéria:

Bairro Nova Vida: terra sem lei
MAGNOS ALVES
Da Redação

O conjunto Nova Vida, zona leste da cidade, ganhou o apelido de Malvinas por conta do alto índice de violência registrado nos primeiros anos de sua existência. Violência que vitimou muitas pessoas, principalmente jovens.
Passado o tempo, o número de mortes caiu, mas a comunidade ainda tem um índice de violência indesejável, destacando-se agora a onda de assaltos.
As vítimas preferidas dos assaltantes são os comerciantes. Aquele que não foi assaltado ainda tem motivos para comemorar. "Graças a Deus ainda não fui assaltado e espero que não aconteça", declarou o comerciante Ercílio Diniz, que já foi vítima de pequenos furtos. Ercílio é uma rara exceção em meio aos comerciantes.
Em apenas quatro estabelecimentos comerciais visitados pela reportagem, foram registrados 17 assaltos do ano passado para cá. Maria Lúcia Duarte Medeiros Rocha já sofreu dois assaltos. No último, ocorrido na semana passada, o assaltante chegou a fazer compras no mercantil e depois voltou para assaltar. "Ele veio assaltar, mas como meu marido estava comigo desistiu e comprou alguma coisa para disfarçar. No entanto, ele voltou e concretizou sua ação", declarou Lúcia. Ele disse que não sabe mais o que fazer. "Tá ruim para viver desse jeito", lamentou.
Adailton Mendes das Costa já foi vítima de assalto por três vezes. Ele contou que os assaltantes são do próprio Nova Vida ou da favela do Tranquilin e que a ação é praticada de todas as formas: a pé, de bicicleta ou de moto. "Eles não se preocupam mais nem de esconder os rostos", relatou Adailton.
O Mercantil Medeiros, do comerciante Tarcísio Medeiros, já foi "visitado" pelos ladrões quatro vezes. "Tá ficando cada vez pior. De 11 horas eu fecho as grades do comércio com medo dos ladrões", disse Tarcísio.
O comerciante declarou que os assaltantes são conhecidos e caminham livremente pelas ruas. A comerciante Geane Jales ostenta um título nada agradável no Nova Vida: a de maior vítima dos meliantes. O mercantil dela já foi assaltado oito vezes. "Estou trabalhando para sustentar os ladrões", reclamou Geane. Embora sejam o alvo preferido, os comerciantes não são as únicas vítimas dos assaltantes. Casas são arrombadas, bicicletas e motos são tomadas, ônibus, carro de entrega do gás, tudo vira alvo no Nova Vida.
A frequência de assaltos a mão armada na comunidade conhecida como Nova Esperança fez muitos vendedores delinearem uma linha de perigo na região. Passar para a área do Nova Esperança nem pensar. A possibilidade de ser assaltado nesta região cresce ainda mais.
De acordo com a população da comunidade, os assaltos são praticados geralmente por viciados em drogas, especialmente o crack. "Eles querem usar drogas, mas não trabalham para ganhar dinheiro e comprá-la. Então roubam o que enxergam pela frente para sustentar o vício", relatou uma dona-de-casa, que pediu para não ser identificada por temer retaliações. Os assaltos constantes, o uso de drogas à luz do dia e em locais abertos são preocupações constantes para as famílias.
Um casal entrevistado pela reportagem, que também não será identificado, declarou que adotam atenção redobrada na educação dos filhos. "Se bobearmos, um vagabundo desse leva nossos filhos para a marginalização", declarou o pai. De acordo com ele, drogas é um produto fácil de encontrar na comunidade. "Pode até faltar feijão nas mercearias, mas drogas não faltam", disse em tom de comparação.

Escola é aterrorizada por deliquentes
Nem mesmo o ambiente escolar está livre dos efeitos da falta de segurança no Nova Vida.
A Escola Estadual Antônio de Souza Machado, por exemplo, sofre com a presença constante de viciados em drogas em frente às suas instalações.
De acordo com a vice-diretora, Socorro Cunha, certa vez alguns viciados invadiram as salas de aula portando bebidas alcoólicas.
Ela disse que já chamou a polícia várias vezes, "mas nada pode ser feito porque a maioria é menor de idade".
A situação é mais complicada principalmente no horário vespertino. "Muita gente que não faz parte da escola fica rondando as nossas instalações, até tentando colocar drogas para dentro da escola", relatou Socorro.
Ela ressaltou que não tem a quem recorrer. "Falta segurança na escola. Não temos nenhum vigia", reclamou.
O medo já tomou conta de estudantes, professores e funcionários, que chegam a ser ameaçados pelos vândalos. "Tem professor querendo deixar a escola por conta da insegurança", salientou Socorro.

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